As Pedras da Ignorância
- Kleber Mantana
- 6 de dez. de 2024
- 2 min de leitura
Atualizado: 8 de jan.
O atual estágio evolutivo que estagiamos na carne, nos coloca num período, no qual ainda vivenciamos a experiência do egoísmo, o que para muitos, dificulta compreender a grandeza da justiça divina.

Há dois milênios, Jesus mergulhou em um corpo carnal, no seio do povo judeu e viveu na singela Galileia para nos trazer a Boa Nova.
O país se encontrava dominado pelo poderio romano e permeado de intrigas farisaicas. É nesse cenário que se dá o encontro de Jesus com a mulher adúltera, trazida à sua presença para que ele a julgasse conforme a lei, de acordo com a narrativa do Evangelista João.
Não era a primeira vez, nem seria a última, na qual os fariseus tentavam criar armadilhas para o Homem de Nazaré. Se Jesus escolhesse absolvê-la, descumpriria a lei mosaica. Se concordasse com sua morte por apedrejamento, estaria indo contra Sua própria mensagem de perdão.
Conhecendo os corações daqueles Espíritos hipócritas e antevendo a trama sórdida, Jesus concorda com o cumprimento da lei, mas impõe uma condição: que seja aplicada por aquele que estivesse sem pecado.
Segundo o relato, começando pelos mais velhos, os acusadores se retiraram, um a um, largando as pedras que traziam em suas mãos.
A lei dos homens será, um dia, reflexo da lei divina. Se isso ainda não constitui a realidade é porque o amor não nos impregnou com o seu perfume.
Em alguns casos, a lei humana ainda é a expressão do nosso egoísmo, traduzida em regras que privilegiam uns mais do que outros.
No episódio da mulher adúltera, é de nos perguntarmos onde estava quem praticara adultério com ela? Porventura teria ela feito isso sozinha? Que motivos a levaram ao adultério para se tornar objeto de escárnio público? Nada disso importava àqueles homens que estavam ali para aplicar a lei mosaica, sem qualquer traço de compaixão.
Todos somos convidados, vez ou outra, a escolher entre a falta de compaixão, a lei arbitrária e a justiça amorosa que fala ao coração. Cabe nos banharmos na caridade como a entendia Jesus: benevolência para com todos, indulgência para as imperfeições dos outros e perdão das ofensas, para agirmos acertadamente. Tendo esse lema como bandeira, ombrearemos com a verdade que liberta, e não nos permitiremos ser desalmados, maldosos e até hipócritas.
É importante enfrentarmos nossa própria consciência, à luz dos ensinamentos do Mestre Nazareno. Em situações em que nos é exigida uma decisão, pensemos se estamos sendo justos ou acobertando nossos interesses pessoais. Ou disfarçando nossa natureza egoísta sob a máscara da justiça, da cautela ou da previdência.
Tenhamos prudência, não nos permitindo servirmos das pedras da ignorância, traduzindo nossa pequenez moral e consciência culpada.
Que em momentos de insensatez, não tornemos a reprisar o erro de um passado longínquo quando, na praça pública, ante a proposta de um legislador, optamos pela libertação do criminoso e pedimos a morte de um Homem justo e bom.
Redação do Momento Espírita, com base na palestra Reencarnação e Justiça Divina, de Luis Maurício Resende, proferida no Centro Espírita Ildefonso Correia, em Curitiba/PR, em 6.9.2024.Em 29.11.2024
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